segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Tenho espasmos de qualquer coisa.
Vontades súbitas de para-quedas, mas o que faço é por menos açúcar no café.
E eu levanto a cabeça - o nariz enxuto fica com o cheiro dos pedaços de canela colocados minutos antes de dormir debaixo do travesseiro.
Minhas coragens quaisquer não são e soam como coragens verdadeiras e as variações sempre ficam pra depois.
E eu me pergunto: pra quê tanta vírgula? E a resposta vem sempre contraditória. "E o que tem de mau?"
Me pergunto como seria não ser eu.
E se não me fosse, sentiria o peso de ser outro?
Sentiria o peso d'alma de outrem?
Teria eu-outro o cheiro de canela desenhado no cabelo?

E eu levanto o cabeça.

Deixo, sem sucesso, o pensar sentado na mesa da cozinha, na xícara de café que lavei, no rosto mal lavado e corro pro mundo para viver uma ou três doses de para-quedas fajutos.

E o que tem de mal?