quarta-feira, 25 de julho de 2012




Ela não sabia muita coisa do Mandela, o nome da rua dos Beatles e nem do que acontecia na novela das nove ( fora que "das nove" era apenas apelido)... Sentia como se outras coisas fossem mais interessantes. Se perdia num pseudo mundo de passatempos, e assim, caçava músicas do seu gosto na internet, tirava fotos com a cachorra e se angustiava com os questionamentos internos.


Particularmente, estes questionamentos a incomodavam. Pior ainda era quando havia questionamento nenhum e só lhe restava uma angústia advinda da sensação onírica do vazio de si. Um incômodo de dois extremos.
O que lhe interessava eram os mistérios! Como um jogo de tarô feito há mais de três anos! Ou uma conversa mediúnica que lhe dizia tudo o que já sabia e lhe indicava um caminho que sempre postergou. Ela mal sabia no que acreditar... Acreditar em si já era uma tarefa difícil!
A lembrança daquela pessoa roçava a cabeça como um mantra funesto, às avessas. Ela fechava os olhos e se tornava audível um "Xô-xô-xô!", pois tinha problemas maiores, problemas de si...
Na realidade idealizada, tentava enxergar como dragões (os problemas). Isso fazia do dia um pouco mais sustentável, e a vontade de enfrentar, dava a sensação de se tornar um eu aventureiro- Um pouco menos banal sentir-se dessa forma...
Assim, levantava e seguiam: banho, café da manhã, o desejo de escrever uma carta... A reflexão no trajeto do ônibus, uma conversa a toa com alguns amigos, o desejo de fugir um pouco de si e outrora de se resgatar...Era periódico- era maré salgada e doce. Ela era um tanto confusa, outrora, um tanto certa de si- Tinha uma alma bonita!
Seu sorriso nem era tão sincero, mas os olhos jamais mentiam! Eles confessavam que de fato nada sabia de Mandela e nem conhecia tudo daqueles que pediam conhecimento completo- para ela, a maior façanha de si! Se os mistérios agradavam, a curiosidade se alimentava à gotas- Sorria bonito!
Mentir, na verdade, dava-lhe a sensação de sinceridade neonata. Se necessitava mentir, era porque respeitava um sentimento do eu, e dessa maneira, era sincera consigo. Tudo ia bem e mal, e dessa forma, sentia-se viva. 
E ainda queria desconhecer o nome da rua...



(Sentia que devia estudar português)

Um comentário:

  1. Adorei seu blog.
    Seus textos são muito bons e profundos também...

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