segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Guia de sobrevivência


Eu te disse mais de mil e três vezes: da carne tiro o que bem entender! Esse seu gosto incompreensível em delimitar o destino do sangue, do Meu sangue, já me rendeu bons goles de estafo!
Já a minha lassidão é compreensível! Veja bem, aquele número de telefone deveria ser usado em situações emergenciais! Uma emergência não é um acaso qualquer, uma situação de calçada que qualquer par de conversas pode resolver.
Ora, e agora, o que fazer?! Já disse pra não me envolver em suas folias... Dessa vez eu não me meto! Dessa vez o sangue vai sim pra onde eu bem entender! E você?! Ora, você vai arranjar um jeito de esquecer aquele telefonema- de resto, não sei. Se vira!
Mas que droga! Diz-me porque não consigo fazer surgir três ou oito passos pra longe dessa carniça que você apadrinhou? E toda essa caturrice
 que você transpira e se tornou vai nos adiantar de quê?! Com tanta folia negra não nos restará nem uma morte saudosista...

Você e essa mania de abiscoitar tudo! Isso te levou pro fundo do poço! Agora eu e você somos o seu lodo! Não...Não é possível! Tô me envolvendo nessa momice tua!!! Pela milésima  quarta vez: agora eu me abstenho disso tudo!
O lodo e o triunfo (seja o último o que for) são inteiramente seus. Cá entre nós, que esse melindre natural que Deus e a olência que está entre as coxas da tua mãe lhe deram seja teu guia de sobrevivência.

E o papelzinho que tem o número escrito você me devolva! 
Ai... Que vontade de entorpecer a cabeça toda e sentir que nada disso tá acontecendo...Mas que parvoíce cagada, hein?!
E me diz, o que vai fazer com a ciranda? 
Sim, porque têm fitas rompidas, desaparecidas, sequestradas... Os donos tão por aí procurando, não estão? Eu bem sei que não são tuas! Malandragem, é isso o que faz!
Tua alma tá suja de lodo. Teus olhos já não têm aquele brilho que conheci na nossa infância.
Tua música barulhenta incomoda, não percebe?
Olha, eu te amei sim! Minha lassidão e seu gosto na minha boca não me deixam mentir e dizer (nem a mim) que passou.
Mas a folia e a carniça também são tuas.

O guia de sobrevivência vai dar o seu jeito.



Eu vou embora porque o problema é seu!

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